O desenvolvimento de programas iconográficos do barroco português é o projecto principal da "Cátedra de Cultura Visual Portuguesa", a primeira de arte a ser criada com o apoio do Instituto Camões no estrangeiro, na Universidade de Montreal, no Canadá.
Número 122 · 13 de Fevereiro de 2008 · Suplemento do JL n.º 975, ano XXVII
Em funcionamento desde o início do ano na Faculdade de Artes e Ciências, a cátedra, regida nos próximos cinco anos pelo professor Luís de Moura Sobral, pretende apoiar e dinamizar a investigação ligada à realização de mestrados, doutoramentos e pós-doutoramentos.
Duas áreas serão contempladas pela nova cátedra, a história da arte e os estudos literários, estes últimos pelas suas implicações na cultura visual, segundo a explicação do regente da cátedra e promotor da sua criação, que há mais de 30 anos lecciona naquela universidade francófona canadiana.
"O grande objectivo da cátedra é criar um núcleo forte de investigadores e especialistas sobre história da arte portuguesa ou do mundo lusófono, que contribua para a sua internacionalização, colocando-a no mainstream da história da arte universal", declarou Moura Sobral à Agência Lusa.
A nova cátedra, que é patrocinada pelo Instituto Camões, Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Governo Regional dos Açores, Fundação Gulbenkian e FLAD, assegurou já um financiamento de 70 mil euros anuais nos próximos cinco anos, que se destinam nomeadamente a bolsas de estudo.
A criação da cátedra, que levou Moura Sobral a adiar a sua aposentação, inicialmente prevista para o próximo Verão, põe fim a sete anos de démarches deste reputado historiador das artes portuguesa, espanhola e ibero-americana, que se tem dedicado ao estudo da iconografia do Barroco em Portugal e da pintura portuguesa dos séculos XVII e XVIII.