A versão portuguesa da obra “ História do Luxemburgo” de Gilbert Trausch é apresentada no dia 29 de março de 2012, quinta-feira, pelas 18:30, no Instituto Camões, Av. da liberdade, 270 (Marquês de Pombal). A “História do Luxemburgo” resulta de um projeto do Ministério da Cultura luxemburguês, com a colaboração do Fórum Portugal - Luxemburgo e com apoio da Embaixada do Luxemburgo em Portugal.
O Diretor do Centro Robert Schuman, Charles Barthel, fará uma intervenção em que exporá os aspetos mais relevantes da obra, nomeadamente a importância daquele pequeno país no contexto europeu.
O Prof. Marcelo Rebelo de Sousa falará sobre as relações bilaterais entre Portugal e o Luxemburgo, tendo em conta a importante comunidade lusófona ali residente.
Apesar do seu tamanho – 2 586 km e cerca de 500 000 habitantes – o Grão Ducado de Luxemburgo é um verdadeiro Estado, com uma história particularmente rica. Situado no coração da Europa, entre a França, a Bélgica e a Alemanha, o Luxemburgo participou nos grandes desenvolvimentos Europeus. O passado movimentado do Grão-Ducado é um verdadeiro resumo da história europeia. Na Idade Média, os seus príncipes usaram a coroa do Sacro Império Germânico e nos tempos modernos a sua fortaleza foi de uma importância fundamental na luta entre as grandes potências. Antes de se tornar independente – Tratado de Londres de 1839 –, o Luxemburgo viveu sucessivamente sob a soberania Borgonha, espanhola, francesa, austríaca e holandesa. No Século XX, este país próspero e dinâmico desempenhou um papel decisivo na unificação da Europa.
Gilbert Trausch (1931), o autor, é um importante historiador luxemburguês. Influenciado pela escola dos Annales, começou como um historiador do social tendo produzido um saber até hoje inigualável. A sua obra instituiu, nos anos oitenta, uma rutura – o historiador do social transformou-se no historiador do nacional e tornou-se num dos responsáveis pelas celebrações dos 150 anos do aniversário da independência do Luxemburgo.
Através da assunção de uma história nacional, Gilbert Trausch oferece ao Estado luxemburguês um discurso coerente, racional e científico sobre o passado, consolidando uma legitimação recíproca. Por um lado, o seu discurso histórico legitima o governo do Luxemburgo, conferindo-lhe o título de nação. Por outro lado, o Estado institui-o como a pessoa que pode falar em seu nome, seja no âmbito das comemorações do aniversário da independência em 1989, seja no quadro da sua nomeação como conselheiro do governo em 1990, o posto mais alto para um funcionário luxemburguês.