Número 138 · 6 de Maio de 2009 · Suplemento do JL n.º 1007, ano XXIX
Festival de Cannes
Pela segunda vez, o realizador português João Nicolau (n. 1975) vai ter um filme na prestigiada Quinzena dos Realizadores do Festival de Cinema de Cannes de 2009, enquanto prepara a sua primeira longa-metragem A Espada e a Rosa.
Depois de Rapace, em 2006, João Nicolau, representado pela Agência da Curta-Metragem (ACM), viu a sua Canção de Amor e Saúde (2009), ainda não estreada, ser seleccionada para a mesma competição este ano.
Em Cannes, na Quinzena dos Realizadores, vai estar também o filme Ne Change Rien (2005) de Pedro Costa, um documentário sobre a actriz e cantora francesa Jeanne Balibar. Outro português em Cannes este ano é João Pedro Rodrigues, com a sua mais recente longa-metragem Morrer como Um Homem seleccionada para a secção ‘Un Certain Regard’.
A presença portuguesa no Festival de Cannes conta ainda com a selecção de Hugo Vieira da Silva para o ‘Atelier Cinéfondation’, onde apresentará o seu projecto Red Cross. A curta Territórios, de Mónica Baptista, foi por seu lado seleccionada para o programa ‘Nisi Masa’ da Semana da Crítica, que decorre paralelamente com o Festival de Cinema de Cannes. De destacar ainda a presença da actriz Leonor Silveira, convidada para membro do Júri da ‘Cinéfondation’ e das Curtas-Metragens.
Na Canção de Amor e Saúde, «João é o único empregado visível no estabelecimento comercial Chaves Morais. E também o filho do proprietário e não se coíbe de se ausentar do serviço para auscultar o sopro imaterial do seu coração gastando moeda atrás de moeda na Máquina do Amor. Marta do Monte é uma estudante de Belas Artes portadora de uma inusitada encomenda. A chave, que para ela João copia, abre mais que uma porta», reza a sinopse do filme.
Com argumento do próprio realizador e montagem sua, juntamente com Francisco Moreira, fotografia de Mário Castanheira e som de Ricardo Leal, a película de 30 minutos tem como actores Norberto Lobo, Marta Sena, Ana Francisca, Helena Carneiro, Andreia Bertini e Miguel Comes.
Tendo estudado Antropologia, João Nicolau realizou o documentário Calado não Dá (1999). Trabalhou em montagem cinematográfica, colaborando em filmes de João César Monteiro, Margarida Gil e Miguel Gomes, o autor de Aquele Querido Mês de Agosto.
Rapace, estreado no Festival de Cannes, foi a sua primeira curta-metragem de ficção e foi galardoada com o Prémio de Melhor Filme no Festival Internacional de Curtas-Metragens de Vila do Conde, tendo sido seleccionado depois para vários festivais de curtas-metragens europeus e também sido apresentado em festivais na Argentina e na Coreia do Sul.
Entre os palmarés deste filme conta-se o Grande Prémio e o Prémio do Público de Belfort 2006, os de melhor curta-metragem em Milão 2006, Réus 2007 e Covilhã 2007.