Número 141 · 29 de Julho de 2009 · Suplemento do JL n.º 1013, ano XXIX
Pelo 3º ano consecutivo está a decorrer desde segunda-feira no concelho de Oeiras, na Fábrica da Pólvora de Barcarena, o Encontro de Teatro dos leitorados de lÃngua portuguesa do Instituto Camões, que este ano reúne sete grupos dramáticos de seis paÃses, todos eles do centro e leste europeu.
Número 141 · 29 de Julho de 2009 · Suplemento do JL n.º 1013, ano XXIX
Pelo 3º ano consecutivo está a decorrer desde segunda-feira no concelho de Oeiras, na Fábrica da Pólvora de Barcarena, o Encontro de Teatro dos leitorados de lÃngua portuguesa do Instituto Camões, que este ano reúne sete grupos dramáticos de seis paÃses, todos eles do centro e leste europeu.
Cerca de sete dezenas de jovens provenientes de estabelecimentos universitários da Alemanha, Croácia, Hungria, Polónia, Rússia e Sérvia participam neste III Encontro em que todas as noites desta semana são apresentados espectáculos (em três das noites dois espectáculos) nas instalações do Centro de Experimentação ArtÃstica instalado na antiga Fábrica da Pólvora de Barcarena, gerido pela Câmara Municipal de Oeiras, que apoia o evento desde a edição do ano passado.
Esta mostra de teatro universitário em lÃngua portuguesa, que encerra sexta-feira, é acompanhada durante o dia pela realização de oficinas de trabalho destinadas aos jovens sobre escrita e movimento, ministradas respectivamente por Abel Neves, dramaturgo, poeta e romancista português, autor também de obras para televisão e cinema, e por Clara Andermatt, bailarina e coreógrafa.
A realização de um atelier de escrita dramática explica-se pelo facto de, frequentemente, os grupos participantes no Encontro escreverem os seus próprios textos ou adaptarem textos literários ao teatro. Na edição de 2009, dois dos sete espectáculos são criações originais para as trupes, caso O Heterónimo Que Faltava, produção do grupo Lusco-Fusco, e Pouca-Terra-Tanta-Terra, do Teatro da Cidade Branca, de Belgrado.
Já o atelier de movimento «tem como objectivo o estabelecimento de um maior contacto e conhecimento dos participantes, bem como proporcionar o trabalho do movimento especÃfico para teatro», servindo ainda «como aquecimento para os espectáculos a apresentar».
Para além desta apresentação de espectáculos e das oficinas de trabalho, a Câmara de Oeiras proporcionará aos universitários estrangeiros aprendentes da lÃngua portuguesa visitas guiadas a alguns locais de interesse cultural do concelho como é o caso do Parque dos Poetas, do Palácio do Egipto e do Centro de Arte Manuel de Brito/Palácio Anjos.
«Se no II Encontro os resultados não deixaram de ser, a vários nÃveis, surpreendentes, talvez a sua marca mais profunda se tenha revelado na utilização da lÃngua portuguesa como forma de comunicação verbal entre jovens de paÃses tão distintos», considera uma nota de apresentação do Encontro de 2009, que é o maior realizado até à data.
Pela primeira vez participam o recém-criado grupo Khokhloma & Samogon, da Universidade Lomonossov de Moscovo, e o Quasilusos de Freiburg, na Alemanha, paradoxalmente um dos primeiros grupos de teatro de lÃngua portuguesa em universidades estrangeiras, que se apresentou ao público pela primeira vez no semestre de Inverno 1999/2000, no seguimento de um seminário de literatura na Universidade de Freiburg. O nome de Quasilusos só surgiu em 2001.
O grupo foi criado por iniciativa da leitora Beatriz de Medeiros Silva, quando esta leccionava
Já o grupo Khokhloma & Samagon (um nome quase intraduzÃvel, porque a palavra Khokhloma designa um tipo de loiça tipicamente russa, de madeira colorida e Samogon significa ‘aguardente’) só foi formado em Fevereiro de 2009 e apresenta a peculiaridade de ser exclusivamente feminino.
Os espectáculos
- Quasilusos – Mais Um, Cássio Pires
- Lusotaque – Murro em Ponta de Faca, Augusto Boal
- Lusco-Fusco – O Heterónimo Que Faltava, criação do grupo
- Pisca-Pisca – Antes de Começar, Almada-Negreiros.
- Teatro do Rei Rudolfo – Menino Géza (Gézagyerek), Háy János
- Teatro da Cidade Branca – Pouca-Terra-Tanta-Terra, criação do grupo
- Kokhloma e Samagon – Nunca Nada de Ninguém, de Luisa Costa Gomes