Número 139 · 3 de Junho de 2009 · Suplemento do JL n.º 1009, ano XXIX
O número de leitores/formadores de Língua Portuguesa do Instituto Camões (IC) no mundo praticamente duplicou nos últimos cinco anos, segundo os dados do relatório de balanço de 2008 sobre o ensino e a promoção da língua portuguesa do IC.
O número de leitores/formadores em estabelecimentos de ensino superior e organizações de diverso cariz passou, entre 2003/04 e 2008/09, de 48 para 93, segundo o relatório, que refere ainda ter crescido o conjunto de instituições com as quais o IC estabeleceu relações de cooperação, no âmbito da sua política de expansão do ensino e promoção do português - de 122 para 282.
Mais significativo é o aumento do número total de docentes de Português cobertos pela acção do IC, que passou nos últimos cinco anos de 127 para 475, ou seja, 3,7 vezes mais, de acordo com o relatório concluído em Maio passado.
Olhando para os números em concreto, o grande crescimento verificou-se no número de docentes cobertos por protocolos de cooperação, que passou de escassos 28 para 293, decorrente da política de «instituição sistemática de parcerias», a nível internacional, com governos, estabelecimentos de Ensino Superior e organizações internacionais, como a União Africana, a CEDEAO e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
A estes há ainda a juntar 89 monitores e docentes das bolsas ‘Fernão Mendes Pinto\' (mais 38 do que em 2003/04), que na sua maioria dão assistência aos leitores/formadores do IC.
O relatório aponta ainda para cerca de 75 mil o número de estudantes no quadro da actividade de ensino e promoção da Língua Portuguesa no mundo pelo IC.
Outro valor desagregado pelo documento diz respeito aos centros de língua portuguesa em universidades e instituições estrangeiras, os quais, nos últimos cinco anos, mais do que duplicaram (de 25 para 54) e de cátedras de Estudos Portugueses, que triplicaram (de 9 para 27) no mesmo período.
Outro tópico referido pelo relatório diz respeito à chamada ‘Formação Contínua de Professores em Exercício do Ensino Secundário\', em três países da CPLP, apoiada pelo IC. Ao todo são 49 pólos de formação existentes em Cabo Verde (32), Guiné-Bissau (11) e Moçambique (6), englobando em 2008 um total de 2.018 formandos.
Outra vertente da actividade do IC é a do ensino à distância, aproveitando as potencialidades das tecnologias da informação, que passou de um primeiro curso realizado em 2003/04 para 14 cursos de língua e cultura portuguesas, com 18 edições e 547 alunos, em 2007/08. Em 2009 serão oferecidos mais 3 novos cursos, num total de 17.
O documento apresenta igualmente um balanço sobre a evolução das graduações em Estudos Portugueses desde 2004/05 nas universidades estrangeiras, por acção do IC. Irlanda (Colégio Universitário de Dublin), Marrocos (U. Hassan II, Casablanca), Canadá (U. de York, Toronto), Indonésia (U. Indonesia, Jacarta) e Nova Zelândia (U. de Otago, Dunedin) foram os países onde surgiram criados diplomas minor. Em Marrocos, a Universidade Mohammed V instituiu um diploma major, em parceria com a Universidade de Lisboa. Na Hungria, na Universidade Eötvös Lorand, de Budapeste, foi criada uma pós-graduação em Estudos Portugueses.
Para 2009/10, está em negociação a criação de diplomas minor/major na Universidade de Liubliana (Eslovénia), Universidade de Adis Abeba (Etiópia), Universidade Nacional Autónoma do México, na Cidade do México, Universidade Central da Venezuela, em Caracas. Para 2011, na Universidade de Gabarone (Botswana).