A bailarina e coreógrafa Olga Roriz foi distinguida com o Prémio da Latinidade "João Neves da Fontoura" 2012, sendo a primeira vez que é contemplada com este prémio uma personalidade oriunda do mundo da dança. A sessão solene de entrega do Prémio terá lugar no Instituto Camões, a 29 de maio, pelas 16:30, com a presença do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas.
O júri, presidido por Eduardo Lourenço decidiu, por unanimidade, atribuir o prémio a Olga Roriz pelo valor artístico da sua obra internacionalmente reconhecido e pelo seu empenho, criatividade e profissionalismo ao serviço das artes, cumprindo-se assim o objetivo do prémio que pretende homenagear uma personalidade ou instituição que se tenha distinguido, pela sua obra, na difusão da Latinidade, nos domínios artístico, literário ou científico.
O Prémio criado em 2002, foi denominado até 2008 por Prémio da Latinidade "Troféu Latino". A sua designação foi alterada para Prémio da Latinidade "João Neves de Fontoura", ministro dos Negócios Estrangeiros brasileiro a quem se deve a institucionalização da União Latina como organização internacional, no Congresso da União Latina de dezembro de 2008.
Nascida em Viana do Castelo, Olga Roriz, 56 anos, estudou ballet clássico e dança moderna com Margarida Abreu e Ana Ivanova, ingressou na Escola de Dança do Conservatório Nacional de Lisboa e tornou-se primeira bailarina do Ballet Gulbenkian, onde foi depois convidada para coreografar.
Em 1995, criou a Companhia Olga Roriz. Em 2004, é galardoada com o Prémio Almada atribuído pelo Instituto das Artes pela peça "Pedro e Inês" e é condecorada com a insígnia da Ordem do Infante D. Henrique / Grande Oficial pelo Presidente da Republica, pela sua carreira e enriquecimento da cultura portuguesa. Em 2006 estreia o seu 1º filme "Felicitações Madame".
Em 2008, é lançado o livro "Olga Roriz" editado pela "Assírio&Alvim e escrito por Mónica Guerreiro e recebe o Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores / Millenium Bcp.
A galardoada é uma das mais importantes artistas portuguesas e considerada uma coreógrafa revolucionária na história das últimas décadas da dança em Portugal.
Nas edições anteriores foram premiados o cineasta Manoel de Oliveira (2002), o ensaísta Eduardo Lourenço (2003), o arquiteto Álvaro Siza Vieira (2004), o ex-Presidente da República Mário Soares (2005), a investigadora e professora de estudos clássicos Maria Helena da Rocha Pereira (2006), o historiador José Matoso (2007), o ator e encenador Luís Miguel Cintra (2008), o pintor Júlio Pomar (2009), o arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles (2010) e a escritora Lídia Jorge (2011).
Fundada em 1954, a União Latina é composta por 37 Estados de língua oficial ou nacional românica e tem como objetivo promover a reflexão sobre os valores culturais e linguísticos do conjunto da comunidade latina e a consciência da identidade cultural comum destes povos.
A União Latina desenvolve projetos multilaterais que envolvem todos os seus Estados-membros. Para cumprir a sua missão, com o objetivo de aproximar línguas e culturas latinas tornando-se um polo de divulgação internacional da latinidade, a União Latina tem desenvolvido ao longo dos anos um extenso programa, nas áreas da Cultura e Comunicação, da Promoção e Ensino das Línguas, Terminologia e Indústrias das Línguas.
O XIX Congresso da União Latina aprovou, por unanimidade, uma resolução, proclamando o Dia da Latinidade a 15 de maio, aniversário da assinatura da Convenção de Madrid, a qual criou a organização, em 1954.
A partir de então, os Estados-Membros acordaram realizar diferentes tipos de atividades destinadas a assinalar a efeméride, com o objetivo de “promover a consciência da identidade cultural comum aos povos de origem latina”.
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