Com produção do Camões - Centro Cultural Português - Polo no Mindelo e dos alunos do XIV Curso de Iniciação Teatral é apresentado nas instalações daquele centro, nos dias 06 e 07 de julho às 21h30 e no dia 08 de julho às 20h30, o espetáculo “As Mindelenses”, como resultado da aprendizagem feita durante o curso.
Os textos do narrador são de Carlos Araújo, sendo todos os outros produto de criação coletiva. A encenação, cenografia e direção artística de João Branco e Janaina Alves.
O XIV Curso de Iniciação Teatral contou com a parceria do Centro Cultural Português/ Polo do Mindelo e o apoio do Liceu Ludgero Lima.
Do espetáculo dizem os seus produtores:
“Este é um espetáculo inspirado num universo particular, o do dramaturgo brasileiro Nelson
Rodrigues, cujo centenário de nascimento se comemora no presente ano de 2012. E se há algo que caracteriza a escrita de Nelson Rodrigues é essa capacidade de colocar o espetador a espreitar pelo buraco da fechadura, mostrando o que todos fazemos nos nossos lugares mais secretos quando olhares outros estão a distâncias consideradas seguras.
Você, que está neste momento a ler este texto tem, seguramente, segredos inconfessáveis, estranhas manias que uma vez reveladas poderiam facilmente provocar uma convulsão na forma como é aceite em sociedade. Manias e segredos que não têm que estar necessariamente ligadas a crimes, violência ou taras sexuais. Por vezes, são pormenores que não se revelam pela quantidade inusitada de preconceitos que o húmus social não se cansa de fazer germinar em todos os momentos, em todas as épocas. Pequenos mas suficientes para, de imediato, nos colocarem etiquetas na testa, que os outros não se cansarão de apregoar aos sete ventos.
Seguindo uma ideia original da série para televisão “As Cariocas” (que por sua vez também tem “o selo de estilo” de Nelson Rodrigues, embora de forma não assumida), resolvemos desvendar alguns desses mistérios viajando pelos bairros do Mindelo através de pequenas histórias que têm as mulheres como protagonistas. Procuramos, em cada um destes enredos, surpreender o público que, induzido pelas designações das personagens, pensa já saber o princípio, meio e fim de cada acontecimento.
A grande questão é que nunca se sabe o que se pode encontrar quando espreitamos pelo buraco da fechadura.”