Didática da língua portuguesa e acordo ortográfico foram dois temas da ação de formação dos professores de português das regiões de Tambacounda e Kédougou, no centro e leste do Senegal, realizada em dezembro passado.
O seminário foi ministrado pelo responsável do Centro de Língua Portuguesa da Universidade Cheikh Anta Diop e formador da sua Faculdade de Ciências e Tecnologias da Educação, José Horta, leitor do Camões, IP.
O Senegal, com o estatuto de país observador na CPLP; é um caso praticamente único no panorama do ensino do português fora do mundo lusófono, visto que é estudado em 12 das 14 das regiões do país no ensino médio, secundário e superior, integrando o leque de seis idiomas estrangeiros opcionais ensinados a partir do 8º ano.
Deve-se ao Presidente-poeta Léopold Sédar Senghor a introdução do português no ensino secundário senegalês, em 1961, e no ensino universitário, em 1973. O número de alunos rondava em 2011 os 23 mil no ensino médio e secundário e o milhar no ensino superior, na sua maioria na licenciatura de Estudos Portugueses.
José Horta afirmou no seminário que, face à unificação ortográfica da língua portuguesa ditada pelo Acordo Ortográfico de 1990, «é preciso que os professores [senegaleses] se apropriem destes novos utensílios para rever a forma de ensinar».
«É preciso que os professores consigam que os seus alunos amem a língua para que ela seja falada em todo o Senegal», acrescentou Horta, citado pelo sítio Tambacounda.Info. «Portanto, é preciso fazer com que os professores estejam motivados, para a melhoria» da sua competência pedagógica, acrescentou José Horta, que se encontra desde 2005 como leitor de Língua e de Cultura Portuguesa na UCAD, onde já ocupara as mesmas funções entre 1998 e 2003.