Os recursos naturais e o desenvolvimento nos países africanos de língua oficial portuguesa são o tema do seminário promovido a 29 de novembro no King’s College Londres pelo Centro Camões (CELCP-King’s College London) em associação com o SOCIUS/ISEG.
Na convocatória do seminário, da responsabilidade de Luísa Pinto Teixeira, diretora do Centro Camões, e Manuel Ennes, responsável do SOCIUS, escreve-se que «os recursos naturais se estão a tornar rapidamente uma oportunidade e uma chave para o desenvolvimento dos países africanos». Os PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), nomeadamente Angola e Moçambique, participam desta «dinâmica», segundo os organizadores.
Presidido por Luísa Pinto Teixeira, o seminário terá como arguente Gavin Williams, da Universidade de Oxford, estando prevista a apresentação de duas comunicações: The bibliometric life of resource-rich Africa: Origins, evolution and influence of the relevant literature, da autoria de Sandro Mendonça (ISCTE) e Natural Resources and African Development: Opportunities and Pitfalls, de Ricardo Soares de Oliveira (Universidade de Oxford).
A primeira comunicação afirma que a escassez e a geopolítica do controle dos recursos estratégicos têm motivado o debate e a investigação desde a ascensão da economia internacional suscitada pelos combustíveis fósseis. Sandro Mendonça considera que «o acesso a matérias-primas e outros insumos manteve-se como uma parte vital da economia moderna baseada em tecnologia». A comunicação dá ainda conta dos resultados de uma análise bibliométrica da literatura académica sobre os recursos naturais em África, para medir a sua dinâmica, a partir da sua publicação em revistas académicas internacionais.
A comunicação de Ricardo Soares de Oliveira parte da constatação de que, na última década, os países africanos registaram um afluxo sem precedentes de receitas do petróleo e do gás. Com base num amplo conhecimento dos setores de energia africanos, esta apresentação «irá descrever este vasto processo continental, incluindo tanto os exportadores de longo prazo como os novos produtores, e perguntar se este crescimento tem tido impactos políticos e económicos de longo prazo».