Teve lugar a 6 de julho de 2021 o Seminário Anual do Camões, I.P. sobre Cooperação, Cultura e Língua, presidido pelo Presidente do Camões, I.P., João Ribeiro de Almeida e com abertura pelo Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André, seguido de uma intervenção da Vice-Presidente do Camões, I.P., Cristina Moniz.
O segmento da cooperação contou com os presidentes dos grupos de trabalho do Conselho: Gonçalo Marques, Cooperação para o Desenvolvimento; Paula Lopes Rocha, África, Caraíbas e Pacífico; Filipa Sousa: Ajuda Humanitária e Alimentar, para apresentarem os resultados da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia. Houve ainda lugar a um sobrevoo pelo trabalho de bastidores a partir da sede do instituto, e espaço para debate com a rede diplomática portuguesa.
Os resultados do semestre europeu em matéria de cooperação para o desenvolvimento e ação humanitária foram muito expressivos, sendo de destacar: fecho de dossiers legislativos como o Instrumento de Vizinhança, Desenvolvimento e Cooperação Internacional, na prática o maior instrumento da ação externa da União Europeia, e o acordo Pós-Cotonou, que reforça a relação da UE com a Organização de Estados de África Caraíbas e Pacífico. Foram ainda desbloqueados dossiers como a Arquitetura Financeira de Desenvolvimento, lançadas as negociações do Acordo de Facilitação de Investimentos UE-Angola, e dado novo impulso à resposta humanitária da UE e Estados-membros às crises causadas por conflitos e desastres naturais.
Seguiu-se a segunda parte do Seminário dedicada à Língua e à Ação Cultural Externa, que contou com intervenções da Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, do Vogal do Conselho Diretivo do Camões, I.P., João Neves, e da Diretora de Serviços de Cultura do Instituto, Cristina Caetano.
Foram destacadas as principais realizações alcançadas em 2021, em condições excecionais, devido à Pandemia, nas áreas do ensino, projeção da língua e cultura portuguesas no Mundo.
No que concerne ao Ensino Português no Estrangeiro (EPE), Berta Nunes destacou instrumentos como os programas de formação online para docentes e estudantes, a Plataforma “Ler em Rede”, o #EstudoemCasa para Português Língua Não Materna ou a Biblioteca Digital Camões, que constituem importantes passos no caminho da transição digital.
Sublinhou que o Plano de Recuperação e Resiliência, que representa um impulso importante para a construção do futuro do país, será decisivo para a digitalização do Ensino Português no Estrangeiro.
João Neves destacou, entre outros aspetos, o número de inscrições no EPE, superiores a 2020, as Bolsas, mais de 230 e os exames de certificação.
Quanto à Ação Cultural Externa, Cristina Caetano sublinhou os números da Linha de Apoio à Tradução e Edição, que apoia em 2021, a tradução e a edição no estrangeiro de 140 obras de autores de língua portuguesa, envolvendo um total de 42 países e de 100 editoras, e a celebração do Dia Mundial da Língua Portuguesa com 174 atividades, em 56 países.
O seminário contou com cerca de duas centenas de participantes da Rede Diplomática, de Ensino e Cultura, e de responsáveis e atores da Cooperação espalhados pelo mundo.