Numa mensagem acerca do Dia Mundial de Combate à Seca e à Desertificação, celebrado a 17 de junho, o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, apela ao cumprimento do apelo da Conferência Rio+20, “de modo a evitar e a equilibrar a degradação dos solos”.
Em 2013, o Dia Mundial de Combate à Desertificação é dedicado ao destaque dos riscos globais da seca e da escassez de água, sendo os custos sociais da seca evidentes em países como o Uzbequistão, Brasil, Sahel ou Austrália, entre outros destacados por Ban Ki-moon.
“Os impactos a longo prazo de seca prolongada nos ecossistemas são profundos, acelerando a degradação das terras e a desertificação. As consequências incluem o empobrecimento e o risco de conflitos locais sobre os recursos hídricos e o solo produtivo”, afirmou o Secretário-Geral da ONU.
Ciente de que “as secas são difíceis de prevenir, mas os seus efeitos podem ser minorados”, Ban Ki-moon termina a mensagem sublinhando que “ao conservar as terras áridas podemos proteger os reservatórios de água essenciais, promover a segurança alimentar e nutricional e reduzir a pobreza extrema.”
Mensagem na íntegra:
«Com o apelo mobilizador “Não deixes o nosso futuro secar”, o Dia Mundial de Combate à Desertificação é, este ano, dedicado ao destaque dos riscos globais da seca e da escassez de água. Os custos sociais, políticos e económicos da seca são evidentes do Uzbequistão ao Brasil, do Sahel à Austrália. Em maio, a Namíbia declarou o estado de emergência nacional devido à seca, com 14 por cento da população classificada em situação de insegurança alimentar. Em 2012, os Estados Unidos enfrentaram a sua pior seca desde os anos cinquenta, afetando 80 por cento das terras de pousio. Em 2011 a seca no Corno de África, a pior desde o início da década de 90, afetou cerca de 13 milhões de pessoas.
Ao longo do quarto de século passado, o mundo tornou-se mais propenso às secas, prevendo-se que as mesmas se tornem mais generalizadas, intensas e frequentes como resultado da alteração climática. Os impactos a longo prazo de seca prolongada nos ecossistemas são profundos, acelerando a degradação das terras e a desertificação. As consequências incluem o empobrecimento e o risco de conflitos locais sobre os recursos hídricos e o solo produtivo.
As secas são difíceis de prevenir, mas os seus efeitos podem ser minorados. Uma vez que raramente se restringem às fronteiras nacionais, as secas exigem uma resposta coletiva. O custo da preparação é mínimo quando comparado com o custo da ajuda de emergência. Deixem-nos, portanto, passar da gestão de crises para a preparação para as situações de seca, reforçando a resiliência ao implementar na íntegra os resultados do Encontro de Alto-Nível sobre Políticas Nacionais sobre Seca que decorreu em Genebra em março.
Neste Dia Mundial de Combate à Desertificação, exorto a comunidade internacional a cumprir o apelo da Conferencia Rio+20 do último ano sobre o desenvolvimento sustentável, de modo a evitar e a equilibrar a degradação dos solos. Ao conservar as terras áridas podemos proteger os reservatórios de água essenciais, promover a segurança alimentar e nutricional e reduzir a pobreza extrema.»