Na sequência da sua deslocação a São Tomé e Príncipe, para participar na comemoração dos 20 anos do Prémio Nobel da Literatura de José Saramago, promovida pelo Camões - Centro Cultural Português em São Tomé, o escritor e académico Rui Zink proferiu, no dia 11 de dezembro de 2018, uma conferência no Anfiteatro da Faculdade de Ciências e das Tecnologias da Universidade de São Tomé e Príncipe.
Nessa sessão, o escritor salientou a importância do diálogo e abordou diversos temas relacionados com a comunicação, a escrita e a relevância que têm as línguas e a cultura no mundo atual. Zink sublinhou que “as letras são a ponte direta para as ideias ” e que é a língua “a forma mais humana que nos liga”, mas que a empatia deve ser cultivada, mais do que nunca, pois ela constrói e é disso que a experiência humana é feita, de construções. Para o escritor, os livros também fazem parte dessa experiência social. Aliás, o académico ilustrou a sua comunicação com diversos exemplos acerca da sua experiência enquanto leitor e escritor, o que motivou e divertiu a sua audiência. Zink apresentou um dos seus livros, Que aventura ser Matilde, reiterando a importância de tentar compreender o outro para, por exemplo, escrever sobre ele.
A sessão foi encerrada com o escritor Rui Zink a ensinar a “máquina de contar histórias” e, posteriormente, de uma forma interativa e descontraída, exemplificou como se constrói uma narrativa a partir dessa fórmula, tirando partido daquilo que, muitas vezes, representa um obstáculo, ou seja, como “fazer das fraquezas força”.