Decorre, no dia 10 de maio de 2012, no auditório do Instituto Camões, em Lisboa, entre as 9:30 e as 13:00, uma sessão de trabalho sobre o projeto Language Rich Europe que, para além de dar a conhecer o projeto e fazer um ponto de situação, pretende abrir um debate sobre o plurilinguismo na Europa e em Portugal, em particular, colocando ênfase na diversidade linguística e no ensino das línguas estrangeiras em Portugal.
O projeto Language Rich Europe pretende levar a cabo uma análise das políticas e das práticas sobre multilinguismo em 20 países europeus e confrontar os resultados com as recomendações europeias. Os resultados serão apresentados no Language Rich Europe Index — um índice europeu sobre Políticas e Práticas Multilingues, disponível em mais de vinte línguas e publicado em forma impressa e num sítio web interativo. Com esta análise como base, o Language Rich Europe irá criar uma nova rede interdisciplinar sustentável de mais de 1200 decisores em toda a Europa, que irão juntar-se para partilhar conhecimento e boas práticas sobre multilinguismo.
Países e regiões participantes no Índex: Áustria -/Bósnia e Herzegovina - Bulgária - Bélgica – Dinamarca – Estónia - França - Suíça - Alemanha – Grécia – Hungria – Itália – Lituânia - Holanda - Polónia - Portugal - Roménia - Espanha – Ucrânia - Reino Unido - Catalunha - Frísia - País de Gales.
O que é que este projeto traz de novo?
É necessária uma rede eficaz para alargar o debate sobre as línguas para lá do âmbito do sector da educação e para influenciar as políticas. Ao reunir decisores de campos variados — educação, meio empresarial, serviços públicos, meios de comunicação social e associações de imigrantes, o Language
Rich Europe irá criar uma oportunidade de trabalho colaborativo à escala europeia tendo em vista objetivos comuns, e irá estimular o debate sobre a importância das línguas na sociedade.
O Language Rich Europe irá criar a primeira fonte de referência abrangente e de fácil utilização de comparação entre o comportamento dos países face às normas e recomendações da União Europeia e do Conselho da Europa sobre práticas e políticas linguísticas, cobrindo toda a variedade de línguas e integrando-as numa estrutura coerente; usar investigações prévias e alargar a sua abrangência de forma a dar uma visão geral alargada nas áreas da educação, do meio empresarial, dos serviços públicos e dos meios de comunicação social; proporcionar conteúdo capaz de promover a reflexão para que a rede se envolva nesse processo, conduzindo a soluções inovadoras; permitir que os cidadãos europeus confrontem o seu desempenho com indicadores, domínios e países individuais e reconheçam tendências na utilização das línguas por meio de um motor de pesquisa com base na web; usar e melhorar abordagens inovadoras para avaliar políticas de migração usadas pelo projeto MIPEX, financiado pela Comissão Europeia; ter potencial de conduzir a um impacto continuado e a longo prazo enquanto instrumento de referência permanente.
Recorde-se que de acordo com o Eurobarómetro, 83% dos europeus valorizam o conhecimento de outras línguas, mas 44% não são capazes de manter uma conversa noutra língua. Com a globalização e o aumento das migrações, o multilinguismo é crucial para a compreensão intercultural e para a coesão social, bem como para as perspetivas de emprego dos cidadãos e para a competitividade da Europa.
Contexto do projeto
Os Estados Membros da União Europeia responderam à maior mobilidade e migração em toda a Europa dando prioridade à inclusão social e ao diálogo intercultural. No entanto, estes princípios nem sempre são apoiados por políticas e práticas que promovam a diversidade linguística e a aprendizagem de línguas.
Instituições europeias, tais como a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu e o Conselho da Europa, fizeram recomendações para que tais políticas fossem seguidas e lançaram um conjunto de iniciativas para incentivar os cidadãos a aprenderem línguas em todas as fases das suas vidas. No entanto, a adoção dessas recomendações não foi homogénea, a cooperação política entre os países revelou-se um desafio difícil e as iniciativas de partilha de conhecimento foram descoordenadas. Ao desenvolver uma rede de planos de ação à escala nacional e regional de forma a melhorar as políticas e práticas linguísticas, o projeto Language Rich Europe surge como resposta à necessidade de uma partilha de conhecimento e de trabalho colaborativo mais consistentes entre diferentes setores e países europeus. Estes planos de ação serão sintetizados num relatório que será apresentado à Comissão Europeia com o intuito de apoiar a revisão da sua política sobre o multilinguismo.
A necessidade de introduzir mudanças positivas
O Language Rich Europe Index e a sua rede irão permitir que os decisores das áreas da educação, do meio empresarial, dos serviços públicos e dos meios de comunicação social estejam cada vez mais conscientes das recomendações da União Europeia e do Conselho da Europa e de como os países se comportam na matéria; avaliem políticas e práticas usando um instrumento de referência sustentável europeu; compreendam melhor as boas práticas no ensino e na aprendizagem de línguas para a inclusão social e o diálogo intercultural; desenvolvam planos de ação à escala nacional e regional para melhorar as políticas e práticas linguísticas; beneficiem de maior cooperação e de um compromisso para com o aperfeiçoamento das políticas e das práticas linguísticas.
Os benefícios das políticas e das práticas linguísticas melhoradas e da troca de conhecimentos serão sentidos por grupos mais amplos de utilizadores finais — professores e aprendentes de línguas, clientes, empregados, consumidores de meios de comunicação social, migrantes e falantes de línguas minoritárias.
Mais informações: www.language-rich.eu; http://languagerichblog.eu/