Nova Iorque, 09 ago (Lusa) - A escola secundária de Mineola, Long Island, passa em setembro a ser a primeira no ensino oficial em todo o Estado de Nova Iorque a oferecer aos seus alunos português como língua estrangeira de opção.
O anúncio foi feito na quarta-feira numa conferência de imprensa em Mineola com o senador estadual lusodescendente, Jack Martins, o vereador e vice-mayor da cidade, Paulo Pereira, o diretor da escola, Ed Escobar, e a professora Elsa Coelho.
Os cerca de 1.000 alunos desta escola, 20 por cento dos quais de origem portuguesa ou brasileira, passam a partir de setembro a poder optar entre o espanhol, francês, italiano, latim e português como línguas estrangeiras.
Paulo Pereira, que é também professor de História nesta escola, referiu que este anúncio foi a "concretização de um sonho com mais de 20 anos", pois já quando ele foi aluno na vila se interrogava a razão para a não existência de português numa escola onde "um em cada 6 alunos que se graduam são de origem lusófona".
A decisão agora anunciada, disse, só foi possível graças "à intervenção do senador estadual de Nova Iorque, Jack Martins", um lusodescendente que já foi presidente da câmara de Mineola.
Jack Martins explicou à Lusa que o primeiro passo foi conseguir obter do Departamento de Educação Estadual uma licença de exceção para que o Português figurasse no currículo de uma escola pública, uma vez que neste momento o Português não faz parte da lista de línguas estrangeiras oferecidas no Estado.
Depois, "juntou-se o interesse da comunidade local e da escola secundária e o facto de já aqui lecionar uma lusodescendente", adiantou.
Jack Martins acrescentou que, embora o anúncio esteja a ser feito "a cerca de três semanas do início do ano letivo de 2012-2013, vem em boa altura", constituindo "uma mais-valia, não só para a comunidade portuguesa local, mas sobretudo para a imagem da língua portuguesa no Estado de Nova Iorque".
"O nosso objetivo não é só corresponder aos anseios da comunidade portuguesa local, mas também aos dos outros grupos étnicos que começam a despertar agora para a importância económica do português como língua internacional", adiantou.
Segundo o diretor da escola secundária, Ed Escobar, o programa vai iniciar em setembro com a oferta de uma aula de Português no 8.º ano, mas o objetivo é fazer crescer a oferta progressivamente até ao 12.º ano.
Apesar de ser uma escola de média dimensão numa pequena vila de 19 mil habitantes, esta oferta do departamento de línguas contrasta com os cortes que a maioria das escolas públicas do Estado têm vindo a fazer nos últimos tempos por questões orçamentais.
No Estado de Nova Iorque, onde segundo estimativas poderão residir mais de 150 mil portugueses e lusodescendentes, apenas existem cursos de Português no ensino público universitário.
Ao nível do ensino básico e secundário, têm sido até aqui as comunidades portuguesas, com a ajuda do Camões, Insitituto da Cooperação e da Língua a organizar as suas próprias escolas que oferecem aulas de Língua e Cultura do 1.º ao 9.º anos de escolaridade.