O Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e o Ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, participaram, no dia 15 de junho de 2022, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, numa sessão informativa sobre a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas e eventos especiais paralelos, que se realizam, em Portugal, de 24 de junho a 1 de julho de 2022.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, disse que da conferência das Nações Unidas sobre os oceanos deve sair uma declaração que realce a relação entre o clima e o mar e que destaque a importância da economia azul. Serão, disse, “aspetos decisivos” em relação aos quais a conferência de Lisboa da ONU “será lembrada”.
João Gomes Cravinho disse que está já confirmada a presença de pelo menos 18 chefes de Estado e de Governo.
Sobre a declaração de Lisboa, que está a ser trabalhada há mais de um ano, João Gomes Cravinho salientou que a mesma tem compromissos e não obrigações e que “reflete a forma como hoje se pensa sobre os oceanos”.
A declaração “vincula todos os países e abre portas para nova ação em relação aos oceanos. A questão dos investimentos está presente”, disse o ministro, com António Costa Silva a acrescentar que “a declaração toca alguns dos problemas da saúde dos oceanos”, como a acidificação ou o aumento do nível médio das águas do mar. E também enfatiza as mudanças de comportamento e a destruição da biodiversidade.
Ainda que da conferência não saiam acordos, João Gomes Cravinho disse esperar que em Lisboa haja uma “evolução positiva” sobre um acordo global sobre o alto mar, que está a ser negociado na ONU.
O Ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, disse pretender que a conferência seja “um ponto de viragem” na relação das pessoas com os oceanos e na governação global dos oceanos, que são fundamentais para a estabilidade climática do planeta.
“Apesar de todas as conferências, os oceanos estão doentes”, salientou o Ministro, lembrando o aquecimento, a acidificação e o desaparecimento da biodiversidade, sem contar com os milhões de toneladas de plástico depositados anualmente no mar.
António Costa e Silva sublinhou ainda que o conhecimento, a ciência e a tecnologia têm de estar no centro da relação com os oceanos, o que não tem acontecido, com os humanos a fazerem antes dos oceanos uma “espécie de casa de banho do planeta”.
Na conferência participou também o Vice-Presidente da comissão organizadora, Alexandre leitão, segundo o qual já confirmaram a presença em Lisboa 143 países.
Também 1.178 entidades registaram delegados, e foram aprovados 275 eventos associados à conferência, 119 no exterior do local da reunião (Altice Arena), o que significa que, disse, haverá eventos associados aos oceanos, durante a semana da conferência, “por toda a Lisboa”.
Na cimeira de Lisboa participam, entre outros, os chefes de Estado de Angola, Colômbia, Equador, França, Gabão, Guiné Equatorial, Líbia, Namíbia, Nigéria e Quénia. Apenas os Presidentes do Quénia e da Nigéria visitam oficialmente Portugal na altura da conferência.
Com LUSA
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