Sara Estrela é a artista vencedora da 1ª edição do programa de Residência Artística em Dança, a realizar de 1 a 30 de novembro de 2017, na cidade de Lisboa, em Portugal.
Criado ao abrigo do protocolo de cooperação celebrado entre a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e o Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. (Camões, IP), o programa destina-se a coreógrafos e/ou bailarinos de nacionalidade cabo-verdiana em início de carreira, com residência oficial em Cabo Verde ou que se encontrem a viver, estudar e/ou trabalhar no país e que pretendam desenvolver um projeto de criação artística na área da dança, coerente com o seu percurso artístico e pertinente na proposta de relação com a cidade de Lisboa, em Portugal.
O júri constituído por João Fiadeiro (especialista na área da dança, convidado), Ana Rita Wever (CML) e Maria João Pinto Correia (Camões, I.P.) decidiu por unanimidade selecionar a proposta de trabalho de Sara Estrela que entendeu estar bem estruturada e ajustada ao percurso artístico e experiência profissional da candidata. O júri considerou o projeto “Luzia dja bai”, de que a residência de Lisboa fará parte, uma proposta com um forte potencial dramatúrgico na medida em que utiliza um acontecimento regular (mas imprevisível) do quotidiano cabo-verdiano como ponto de partida para a construção coreográfica da peça. Por outro lado, a associação que Sara Estrela faz desse evento disruptivo com a condição das mulheres emigrantes, é bastante interessante e consistente na relação que estabelece com a cidade de Lisboa.
Sara Estrela (Cabo Verde, 1985) é artista, encenadora, performer, professora e produtora. Formou-se em Artes Cénicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e foi uma das fundadoras do Coletivo Kerencaferem no Rio de Janeiro.
Completou o seu mestrado em Estudos Teatrais em Barcelona pela Universitat Autónoma de Barcelona.
As investigações conduzidas no seu percurso académico têm grande influência nas suas produções teatrais e são bagagens que leva de volta à sua terra natal. Trabalhou como professora de artes e teatro em Lisboa e como artista residente do Festival Internacional de Teatro-MINDELACT.
Atualmente desenvolve uma pesquisa centrada na expressividade e memória do corpo cabo-verdiano e cria trabalhos procurando uma linguagem performativa cabo-verdiana onde a teatralidade e a dança se namoram. Esse mergulho na essência performativa do arquipélago fez com que se tornasse viajante pesquisadora entre as ilhas, deixando projetos em cada porto, como o embrião de uma nova escola de arte Estaler em São Nicolau e o reconhecimento pela nomeação dos Melhores na área de Cultura na Gala Somos Cabo Verde 2017.