A Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação garantiu em Windhoek, no dia 13 de novembro de 2016, que o espólio da nau do Bom Jesus, descoberta em 2008 na costa da Namíbia, está bem conservado pelas autoridades e de acordo com os padrões internacionais.
Teresa Ribeiro disse ter ficado muito satisfeita com a visita que fez ao local onde está o espólio resgatado da nau do Bom Jesus e constatou que está tudo muito bem guardado, quer em condições de segurança, quer nas matérias que são conformes aos padrões exigidos internacionalmente. Salientou que o espólio é muito rico, mas escusou-se a confirmar o valor de 11 milhões de euros pelas moedas que foram encontradas no navio, que viajava de Portugal para a Índia.
"O valor comercial apontado pelo professor [Luís Filipe Thomaz] não é o mais importante, o valor é incalculável, tem um valor histórico único", disse a Secretária de Estado, assegurando que a prioridade não é trazer o espólio para Portugal, mas sim seguir a prática internacional de disponibilizar os artigos ao público quando eles são encontrados pelas autoridades.
A governante deixou claro às autoridades da Namíbia que há que expor e assegurar a exposição pública do património, com exposições nos dois países e trabalhamos para isso", disse a governante, salientando que se a descoberta tivesse sido feita por uma empresa privada, "Portugal não hesitaria em reivindicar a propriedade" da descoberta.
A nau que naufragou na viagem para a Índia tinha milhares de moedas, não só portuguesas, mas também espanholas, marroquinas e venezianas, "o que mostra bem o dinamismo do comércio português da época", para além de "muito cobre e imensos dentes de elefante, para venda, e também muitos artefactos militares e utensílios do dia- a -dia, como pratos, tachos, panelas e talheres".
As moedas, guardadas num cofre no Banco Nacional da Namíbia, foram visitadas pela Secretária de Estado no dia 14, já depois de uma série de encontros com empresários e com a comunidade de cerca de mil portugueses.
Com Lusa