Realizou-se, em dezembro de 2021, o 3.º Comité Gestor do Projeto Gorongosa Café - projeto de cooperação trilateral que resulta de uma parceria entre o Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., a Agência Brasileira de Cooperação e o Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural de Moçambique, tendo como objetivo geral a caracterização e implementação de um sistema de produção de café sustentável na Serra da Gorongosa, em Moçambique, mitigando os efeitos da desflorestação e das alterações climáticas, promovendo o agronegócio e aumentando o rendimento e a segurança alimentar das famílias rurais.
Neste 3.º Comité Gestor do Projeto, ainda realizada em plataforma online, as entidades executoras dos três países - o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa (ISA), a Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil (UFES) e o Parque Nacional da Gorongosa (PNG) – apresentaram as atividades desenvolvidas em 2021, demonstrando avanços significativos na implementação do projeto, apesar das limitações impostas pela pandemia da COVID-19.
Em parceria com o PNG, a UFES do Brasil e o ISA de Portugal têm vindo a otimizar a qualidade do grão do café e a viabilizar a produção em maior escala com vista à sua comercialização, bem como, a capacitar os recursos humanos locais, quer através da formação de agricultores e técnicos, quer através da formação avançada.
Como indicadores do impacto socioeconómico e ambiental do projeto na região, destacaram-se os 181 ha de área cultivada, a contribuição direta do projeto para o rendimento de cerca de 876 famílias, das quais 40% são lideradas por mulheres, e a criação de emprego (cerca de 300 postos de trabalho sazonais e 17 permanentes).
Foi, ainda, criada uma imagem visual do projeto, que passará a ter a designação “TRICAFE” e desenhado um website, com o objetivo de divulgar o projeto e as várias ações desenvolvidas.
A Serra da Gorongosa foi praticamente dizimada pela desflorestação durante as últimas décadas, sendo objetivo do projeto, através da plantação do café, proceder à sua reflorestação, devolvendo o equilíbrio ao ecossistema e garantindo, em simultâneo, a subsistência dos agricultores e trabalhadores locais.