A estreia da nova obra de Miguel Azguime para quarteto de saxofones e eletrónica, “Mes Ententes pour 4 personnages” (2012), decorrerá a 30 e 31 de março, durante os concertos que o quarteto de saxofones canadiano Quasar dará no âmbito da temporada “Les Mutations dynamiques”, no Studio Hydro-Québec (Monument-Nacional), em Montreal.
Durante os dois concertos intitulados “La Cité des soufflés”, o quarteto Quasar, que recentemente ganhou o prémio Opus para os intérpretes do ano, continuará a exploração do som na era digital, atravessando as fronteiras entre o acústico e o electrónico. Dentro do repertório constituído pelas peças de Giorgio Magnanensi, Félix-Antoine Morin e André Hamel, a nova obra de Miguel Azguime, “Mes Ententes pour 4 personnages”, levará os intérpretes ao universo teatral (“Meus (des)Entendimentos para 4 personagens)”), em que o virtuosismo instrumental cria um mundo poético onde os músicos se tornam personagens hilariantes. O evento conta com o apoio do Instituto Camões.
O compositor, poeta, percussionista, Miguel Azguime nasceu em Lisboa em 1960. Em 1985, fundou com Paula Azguime o Miso Ensemble, duo de flauta e percussão, reconhecido pelo público e pela crítica como um dos mais importantes agrupamentos portugueses de música contemporânea com um percurso de mais de 400 concertos realizados por todo o mundo.
Miguel Azguime obteve vários prémios de composição e de interpretação e o seu catálogo compreende mais de 80 obras para as mais diversas formações, instrumentais e/ou vocais, com e sem eletrónica, música eletroacústica, e ainda música para Teatro, Dança e Cinema.
A ligação entre o ser poeta e o ser compositor veio originar no trabalho criativo de Miguel Azguime uma relação única e privilegiada entre texto e música, e o “teatro eletroacústico” que desenvolveu é disso o mais evidente reflexo.
À sua intensa atividade como compositor, poeta e percussionista, vem juntar-se uma constante dedicação na divulgação e fomento das novas linguagens musicais e das relações da música com a tecnologia. Neste sentido tem multiplicado as ações, destacando-se a fundação da editora independente Miso Records, a realização do Festival Internacional Música Viva, a criação do Miso Studio, (estúdio para o desenvolvimento da música eletrónica em tempo real, sendo sua a conceção e realização da primeira “Orquestra de Altifalantes” portuguesa), a criação da Federação Portuguesa de Música Eletroacústica membro da CIME / UNESCO. Mais recentemente fundou com Paula Azguime o Centro de informação da Música Portuguesa. É vice-presidente da Confederação Internacional de Música Eletroacústica, e membro da direção da Secção Portuguesa da Sociedade Internacional de Música Contemporânea.