A escritora Lídia Jorge venceu o Prémio Literário Vergílio Ferreira 2015, galardão atribuído pela Universidade de Évora que distingue, anualmente, o conjunto da obra literária de um autor de língua portuguesa relevante no âmbito da narrativa e/ou ensaio.
A decisão foi tomada a 28 de janeiro de 2015, durante uma reunião do júri, presidido por António Sáez Delgado e que integrou, entre outros, Eduardo Lourenço e Fernando Pinto do Amaral. O Prémio Vergílio Ferreira foi Instituído em 1997, em homenagem ao escritor que lhe dá o nome.
Lídia Jorge e Vergílio Ferreira eram amigos, motivo pelo qual a escritora, em declarações à Agência Lusa, se mostrou particularmente emocionada pela distinção da academia alentejana.
“Eu senti muita emoção, porque fui muito amiga de Vergílio Ferreira, que foi um escritor que me acompanhou, aquele que primeiro escreveu sobre [o romance] ‘O dia dos prodígios’, quando ainda nem sequer estava publicado”, disse a escritora.
“Foi o primeiro escritor a reconhecer-me como seu par, o que me deu uma alegria enorme, como se pode imaginar”, recordou a autora de “Os Memoráveis” (2014), referindo que Vergílio Ferreira foi quem a apadrinhou na literatura. “Foi aquele que me incentivou, aquele que me reconheceu”, sublinhou.
Em novembro do ano passado, Lídia Jorge foi distinguida, por unanimidade, com o Prémio Luso-Espanhol de Arte Cultura 2014, atribuído pelo Ministério da Cultura de Espanha e pela Secretaria de Estado da Cultura de Portugal.
Entre outros galardões literários, a escritora já recebeu também o Prémio Dom Dinis, o Prémio PEN Clube, o Prémio Máxima de Literatura, o Prémio Bordallo de Literatura da Casa da Imprensa, o Grande Prémio de Romance de Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE), o Prémio Jean Monet de Literatura Europeia, o Prémio Charles Bisset, e o Prémio Albatros, da Fundação Günter Grass.
Em 2013, Lídia Jorge foi considerada, pela revista francesa Le Magazine Littéraire uma das "10 grandes vozes da literatura europeia". Nascida em 1946, no Algarve, Lídia Jorge publicou, em outubro do ano passado, pela editora Dom Quixote, o livro "O Organista".
"A Costa dos Murmúrios" (1988), "A Última Dona" (1992), "O jardim sem limites" (1995), "O Vale da Paixão" (1998), "O Vento Assobiando nas Gruas" (2002), "Combateremos a sombra" (2007), "A Noite das Mulheres Cantoras" (2011) são outros romances de Lídia Jorge, que também assinou a peça "A maçon" (1997).
A escritora é igualmente a autora dos contos "A Instrumentalina" (1992), "O Conto do Nadador" (1992), "Marido" (1997), e "O Belo Adormecido" (2004).
O Prémio Vergílio Ferreira foi atribuído pela primeira vez a Maria Velho da Costa, seguindo-se Maria Judite de Carvalho, Mia Couto, Almeida Faria, Eduardo Lourenço, Óscar Lopes, Vítor Manuel de Aguiar e Silva e Agustina Bessa-Luís.
Manuel Gusmão, Fernando Guimarães, Vasco Graça Moura, Mário Cláudio, Mário de Carvalho, Luísa Dacosta, Maria Alzira Seixo, José Gil, Hélia Correia e Ofélia Paiva Monteiro foram os outros galardoados.
Com Agência Lusa