Suíça: Cinema português, de Paulo Rocha a Miguel Gomes

Publicado em quinta-feira, 03 janeiro 2013 08:59

“Há uma ligação especial entre o cinema português e a Suíça”. As palavras de Ana Miranda, crítica e programadora ditam o mote para a retrospetiva de cinema português a acontecer em Lausana, na Suíça. Nos filmes, a exibir entre 22 de janeiro e 28 de fevereiro, encontra-se Os Verdes Anos, de Paulo Rocha, um dos principais nomes do novo cinema português, recentemente falecido.

Em 1964, um anos depois de ter sido lançado, Os Verdes Anos ganhou um prémio monetário no Festival de Locarno, ao mesmo tempo que a Cinemateca Suíça prestava homenagem a Manoel de Oliveira. Estes dois realizadores só viriam a chamar a atenção de outros países anos mais tarde, depois do 25 de abril de 1974. Assim, a “amizade entre o público suíço e o novo cinema” e as “novas gerações de cineastas” continuou a crescer graças ao Festival de Locarno, de acordo com Ana Miranda.

De facto, “foi sob o signo do Cinema novo dos anos 1960 e da Revolução dos Cravos” que o cinema português “se revelou e mudou irreversivelmente de rumo”. Para a programadora da retrospetiva, filmes como “Acto da Primavera de Oliveira (cujo instinto visionário é dissonante desde o mudo), Os Verdes Anos de Rocha e Belarmino de Lopes consagram a modernidade pela liberdade transgressora do seu olhar”.

A par destas três obras tidas pela organização como exemplos de “um cinema de autor, que proclama a rutura como estética, ganha forma e ilumina as gerações que se seguem”, serão exibidos outros títulos de realizadores portugueses. “Depois de Rocha, são Oliveira, António Reis e Margarida Cordeiro, João Botelho, José Álvaro Morais, Pedro Costa, Edgar Pêra, Jeanne Waltz, Miguel Gomes, João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata ou ainda Basil da Cunha que passam pela costa suíça do lago Majeur.”

No cinema contemporâneo, os destaques da retrospetiva, apoiada pelo Camões, IP, vão para obras estreadas em 2012: A Última Vez Que Vi Macau, de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata, e as curtas-metragens Os Vivos Também Choram, de Basil da Cunha e Rafa, de João Salaviza. O passe geral para assistir a todas as sessões, na Cinemateca Suíça, tem o custo de 30 francos.

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