No dia 16 de novembro de 2024, a fortaleza de Gwalior - um monumento histórico em Madhya Pradesh, na Índia - foi, pela primeira vez, o palco de uma performance artística que envolveu mais de 30 artistas indianos e internacionais das áreas da música clássica, da ópera e da dança. O português Vasco Araújo teve uma intervenção central na construção deste tableau vivant intitulado A Street Cart Named Desire.
A performance A Street Cart Named Desire fez parte do volume IV do Panorama, um salão de arte internacional com curadoria de Sarah Singh.
Segundo a curadora, “esta não é uma adaptação indiana de Tennessee Williams, mas uma colagem de performances que explora o tema do desejo.” A performance incluiu música clássica do Hindustão, dança flamenga, um solo para trombone, árias de ópera e a performance de Vasco Araújo, centrada num objeto artístico específico.
A questão da sustentabilidade foi central em toda a performance, havendo uma preocupação muito grande com o impacto desta intervenção num monumento milenar. Tal respeito traduziu-se no recurso a um número muito reduzido de adereços, feitos na sua maioria de materiais locais reciclados ou tal como foram encontrados no local. Segundo Sarah Singh, a ideia foi trazer o monumento de volta à vida, já que “a arquitetura da fortaleza de Gwalior é muito mais do que mero cenário, é um dos elementos teatrais centrais.”
Desta performance resultará uma exposição com os seus artefactos e roupas, que estará patente ao público, durante uma semana, no Museu do Palácio Real Jai Vilas, em Gwalior. Esta mesma exposição, com mais alguns elementos, estará patente, por fim, no forte de Purana Qila, em Deli, de 4 a 10 de dezembro de 2024.
Esta iniciativa contou com o apoio do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, I.P.