Frei Luis de Sousa, o texto clássico da dramaturgia portuguesa da autoria de Almeida Garrett, saiu hoje do prelo em Praga, numa edição em língua checa.
A tradução da obra é da responsabilidade da professora da Universidade de Pilsen Marie Havlíkova e a publicação foi feita pela editora checa Torst na coleção ‘Biblioteca Luso-brasileira’, coordenada por Šarka Grauová, professora da Faculdade de Filosofia da Universidade Carolina em Praga, que conta com o apoio do Instituto Camões.
Em declarações proferidas no CLP/IC, Marie Havlíkova afirmou que com a tradução de Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, tinha «a honra de propiciar ao leitor checo a possibilidade de descobrir uma das melhores obras da literatura portuguesa».
«É uma peça que, para além do deleite de leitura, certamente poderia, uma vez encenada de maneira sensível e inventiva, dar prazer ao público do teatro», considerou a professora universitária checa, que lembrou ter, «há alguns anos», Jorge Listopad pensado «realizá-la no Teatro Nacional de Praga». «Sinceramente espero que um dia a peça suba ao palco deste ou de um outro teatro praguense», disse.
A tradutora e lusitanista checa não escondeu o entusiasmo que sentiu relativamente à execução deste trabalho. «A tradução da própria peça foi um prazer».
«Difícil - segundo ela - foi a tradução da Memória do Conservatório Real e das respetivas notas que a redatora e editora, Šárka Grauová, decidiu incluir no volume, para que este título se apresentasse duma maneira mais completa, revelando ao leitor checo inclusive as valiosas reflexões garrettianas relativas à própria peça - obra única no seu tempo na qual se pressente, através do drama familiar, o drama da Nação - como também o apelo do autor à indispensável inovação do teatro português», concluiu.
A Biblioteca Luso-brasileira possui já 8 títulos, sendo 5 de autores portugueses (Gil Vicente, Alexandre Herculano, Sophia de Mello Breyner Andresen, Teolinda Gersão e Almeida Garrett) e 3 brasileiros (J. Guimarães Rosa, 2 títulos, e Chico Buarque).