A peça “Bovary”, de Tiago Rodrigues, diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II (TNDM), venceu o Prémio Melhor Criação de uma Peça em Língua Francesa, foi anunciado a 20 de junho de 2016, segundo a Lusa. O prémio é atribuído pela Association Professionnelle de la Critique de Théâtre, Musique et Danse (APCTMD), que reúne 140 profissionais da imprensa escrita e audiovisual francesa e estrangeira, e o anúncio decorreu no Teatro Le Tarmac, na capital francesa.
A peça foi a recriação do espetáculo que Tiago Rodrigues já havia apresentado em Portugal, desta vez na língua francesa, e com atores daquele país, afirmou em comunicado o TNDM, lembrando que a sua produção decorreu no âmbito do projeto ‘Occupation Bastille’ que levou em residência ao Théâtre de la Bastille, em Paris, de abril a junho de 2016, o diretor artístico do D. Maria II.
A criação de Tiago Rodrigues esteve em cena de 3 a 26 de maio de 2016 e, «tal como a versão portuguesa, que subiu ao palco da Sala Garrett em novembro de 2015, o espetáculo orbita em torno do julgamento de Flaubert, por atentado à moral e à religião, em 1857, aquando da publicação do romance em folhetim».
A ‘residência’ de Tiago Rodrigues, que contou com o apoio do Camões, I.P., resultou de uma produção conjunta do TNDMII, da Embaixada de Portugal em Paris e da Fundação Gulbenkian.
Culminou com a apresentação ao público de uma nova criação de Tiago Rodrigues, “Je t'ai vu pour la première fois au Théâtre de la Bastille”. Antes o diretor artístico do TNDMII apresentou na capital francesa, a peça “Bovary”, dinamizou ateliers e outros eventos abertos ao público, juntamente com os atores da peça.
Segundo o sítio do TNDMII, a 10, 17 e 24 maio decorreu a produção de “Ce soir ne se répétera jamais”, em que Tiago Rodrigues trabalhou com um grupo de 90 pessoas composto por artistas franceses e portugueses, 70 espetadores do Théâtre de la Bastille e toda a sua equipa. Foram «apresentadas noites únicas, inventadas e interpretadas por este grupo», durante as quais se abriram as portas do teatro parisiense para que a cidade descobrisse «os êxitos e os fracassos desta aventurosa ocupação».
No final, estreou-se “Je t’ai vu pour la première fois au Théâtre de la Bastille”, «um manifesto-memória desta ocupação».