Dois filmes portugueses – A Última Vez Que Vi Macau (2012), de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata, e As Linhas de Wellington (2012), da realizadora chilena Valeria Sarmiento, vão ser exibidos na 29ª edição do festival ‘Reflexos do Cinema Ibérico e Latino-Americano’, de Villeurbanne (na periferia de Lyon, França), de 13 a 27 de março.
O festival decorre este ano sob o signo da «edição dos retratos» - «retratos de homens e de mulheres, a edição do íntimo – que confina muitas vezes com o universal -, a edição das pequenas histórias que fazem a grande, relações que marcam uma vida, a edição dos laços que se estabelecem entre os indivíduos, para o melhor e, por vezes, para o pior, histórias de vida, de sobrevivência, de criação e de inspiração, histórias de combates, mas também retratos da infância à velhice e, finalmente, olhares sobre o mundo nas diferentes idades da vida», diz Pascale Amey, presidente da Associação Para o Cinema, que promove o evento.
Ponto de encontro obrigatório do cinema ibérico e latino-americano na região de Lyon, o festival do cinema Zola tem contribuído para divulgar o cinema português em França, trazendo a Villeurbanne inúmeras criações cinematográficas portuguesas de qualidade.
No ano passado, o festival acolheu a estreia absoluta em França do filme O Cônsul de Bordéus, de Francisco Manso e João Corrêa, e exibiu também ‘O Estranho Caso de Angélica’, de Manoel de Oliveira.
Este ano, o filme da dupla João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata, que tem os realizadores como protagonistas e ainda a atriz e performer transexual Cindy Scrash, será exibido numa única sessão a 25 de março, enquanto a película de Valeria Sarmiento, com nomes como John Malkovich, Marisa Paredes e Melvil Poupaud, passará a 19 de março, seguida de um encontro com a realizadora chilena.
As Linhas de Wellington, que conta a história de um episódio final das invasões francesas em Portugal, começou por ser um projeto pessoal do realizador Raoul Ruiz. Porém, depois da sua morte a 19 de agosto de 2011, já em fase de pré-produção, foi Valeria Sarmiento, a sua viúva, quem completou o trabalho.
A Última Vez Que Vi Macau é um documentário «pouco dentro dos padrões mais convencionais», com enredo policial, que conta a história de um homem que viaja de Lisboa a Macau a pedido de «uma amiga da qual não sabia nada há anos» e que se tinha envolvido «com os homens errados». O filme é ainda uma homenagem a Macao (1952), o clássico de Joseph von Sternberg.