A obra “Macau e o Oriente nas Literaturas de Língua Portuguesa – Receios e Seduções”, numa edição apoiada pelo Camões, I.P., reúne enfim em livro as atas do Colóquio Internacional sobre o mesmo tema realizado em Florença (Itália) em maio de 2010, a pretexto do 4º centenário da morte de padre Matteo Ricci.
Nesse encontro participaram investigadores de universidades portuguesas, italianas e também do Brasil, Macau, Irlanda e França, entre outras. A sua visão sobre a influência oriental nas letras lusas pode ser lida ao longo das mais de 300 páginas que compõem este título, organizado sob a coordenação do Professor Piero Ceccucci, da Universitá degli Studi di Firenze.
Naquela instituição de ensino superior, o Professor Ceccuci é responsável pela Cátedra de Língua e Literatura Portuguesa e Brasileira, e foi também nessa qualidade organizador do Colóquio que deu origem a este título.
O Padre Matteo Ricci (1552-1610) foi um sacerdote jesuíta, cientista, geógrafo e cartógrafo que viveu na China durante a dinastia Ming. Considerado pioneiro das missões católicas modernas, o seu legado histórico consiste no trabalho incessante que desenvolveu em prol do mútuo conhecimento entre as culturas do Oriente e do Ocidente.
O novo título, que tem a chancela da “Società Editrice Dante Alighieri” (Roma), acaba de ser dado à estampa com o patrocínio do Camões, IP, da Università di Firenze e da Fundação Macau. Espelhando a internacionalidade do encontro, o livro tem artigos redigidos em português, inglês e italiano.
“Xerazades, charadas e espectros – Macau e o Oriente no romance português contemporâneo” é o título da conferência inaugural do Colóquio, proferida pela Professora Isabel Pires de Lima, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e que neste livro surge assim como a primeira das mais de duas dezenas de atas transcritas.
Outros artigos que espelham o olhar dos estudiosos sobre o tema em análise incidem sobre aspetos tão distintos quanto o “Duplo Olhar de Eça de Queirós sobre a China”, da autoria do poeta e Professor universitário Yao Jingmig, ou ainda “A Peregrinação de Fernão Mendes Pinto revisitada: a sua teoria moderna da viagem”, assinado pelo Professor Arnaldo Saraiva.