Uma Cimeira Mundial da Literacia vai ter lugar em Oxford, no Reino Unido, de 1 a 4 de abril, com o objetivo de chamar a atenção para a «crise internacional de literacia» e criar uma «plataforma» que leve os delegados presentes a colaborarem num «apelo à ação» e num «plano para a mudança».
A iniciativa da cimeira, em que Portugal se fará representar, pertence à Fundação Mundial da Literacia, criada em 2003 com sede na Austrália, e o comité permanente responsável pela sua organização é constituído exclusivamente por personalidades de países e territórios de língua inglesa.
Na opinião dos promotores da cimeira, «a crise global de literacia afeta mais de 750 milhões de pessoas em todo o mundo, tanto nos mundos em desenvolvimento como nos desenvolvidos». Ora, os «baixos níveis de literacia são considerados como sendo um dos principais fatores que contribuem para o ciclo da pobreza» e «poucos progressos têm sido feitos para resolver o que é uma das questões mais prementes do nosso mundo de hoje».
Para além de 796 milhões de adultos que «não possuem as competências básicas de literacia», 67 milhões de crianças do ensino primário não frequentam a escola, enquanto «milhões mais estão sentadas nas salas de aula recebendo educação de uma qualidade tão má que ela vai fazer pouco para melhorar as suas oportunidades de vida», dizem os promotores da cimeira.
Estes chamam a atenção para o facto de que «cada ano de escola primária aumenta os salários que as pessoas ganham mais tarde na vida 5-15% nos rapazes e ainda mais nas raparigas» e que «nenhum país conseguiu atingir um contínuo e rápido crescimento económico sem ter primeiro pelo menos 40% dos seus adultos capazes de ler e escrever».
Reunindo os líderes mundiais nas áreas de literacia e desenvolvimento, a cimeira «vai abordar os temas e assuntos mais prementes que afetam uma das questões mais importantes para o nosso mundo hoje».
«Os oradores principais, as apresentações e os grupos de trabalho mostrarão e identificarão o potencial de cada um de nós para moldar o futuro para as pessoas mais desfavorecidas do mundo, tanto desenvolvido como em desenvolvimento».