Uma exposição fotográfica sobre aquedutos portugueses, da autoria de Pedro Inácio, coordenador do Museu da Água, vai dar continuidade de 16 a 28 de outubro, em Bucareste, a um «diálogo artístico» iniciado em 2011 em Lisboa.
Em setembro do ano passado, o Museu da Água acolheu uma exposição de escultura Imagens de amor de Elena Surdu-Stanescu (escultura) e de Georgeta Grabovschi (pintura), organizada pelo Instituto Cultural Romeno.
Agora a Roménia recebe um projeto realizado em Bucareste através do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua (CICL) e da Fundação Cultural Elena Surdu-Stanescu, em colaboração com o Museu Nacional de História da Roménia que abriga a exposição fotográfica na sua sala Lapidarium.
«Constrói-se, assim, uma via de comunicação entre expressões artísticas diferentes, aproximadas pela abertura para a colaboração», afirmam os promotores da exposição.
Os aquedutos, uma presença natural em Portugal, «não são uma referência no panorama da Roménia», afirmam os promotores da exposição. Uma ausência paradoxal num país que deve a sua origem remota à colonização romana e quando se sabe que os aquedutos são precisamente um dos ex-libris da romanidade.
«As fotografias de Pedro Inácio constituem um convite para descobrir como é que estes [os aquedutos] foram criados e como depois as cidades cresceram em volta deles», explica-se numa nota de apresentação da exposição, que «propõe uma viagem diferente por Portugal», dirigida «tanto aos interessados pela história, como aos interessados pela especificidade lusitana».
«Este património cultural, pela primeira vez exposto internacionalmente, evidencia os monumentos ligados à história de arte e ao abastecimento de água em Portugal construídos, predominantemente, entre os séculos XVI e XIX», indica por seu lado Pedro Inácio, também vice-presidente da APOM- Associação Portuguesa de Museologia.
A localização geográfica dos aquedutos «determinante no percurso e na tipologia de cada uma das estruturas em referência, é apresentada de norte para sul» de Portugal, acrescenta o coordenador do Museu da Água da EPAL. «Através deste trabalho fotográfico, pretende-se estudar os aquedutos portugueses e simultaneamente homenagear todos responsáveis (nacionais e estrangeiros) intervenientes na sua construção, destacando a arte e o engenho de tão singular legado histórico e cultural», diz ainda Pedro Inácio, que realizou a sua primeira exposição individual em 2005, no Museu do Pão, em Seia.
Pedro Inácio tem apresentado o seu trabalho, individual e coletivamente, em diversos espaços culturais (bibliotecas, castelos, galerias, museus, mosteiros), em Portugal e no estrangeiro, tendo realizado mais de trinta exposições dedicadas a temas como a água, a arte sacra, os aquedutos, as cegonhas, o pão e as pedras.
Desde 2011, tem realizado diversas exposições itinerantes sobre os aquedutos de Portugal, nomeadamente nas ruínas romanas de Milreu, no Algarve, no Convento dos Remédios, em Évora, na Fábrica da Pólvora, em Barcarena, no Convento Cristo, em Tomar, e na Casa da Cultura de Elvas.
Ainda no ano passado publicou dois livros da sua autoria: O Silêncio das Cegonhas, com o seu irmão Carlos Inácio, e Aquedutos de Portugal, arte e património, editado pela EPAL.