Piacenza: Exposição "Aural Gesture”, de Andreia Santana e Dalila Gonçalves
Descrição
A exposição Aural Gesture, das artistas Andreia Santana e Dalila Gonçalves, será inaugurada no dia 30 de abril de 2022, no espaço da galeria de arte “UNA”, em Piacenza.
A mostra, realizada com o apoio do Camões, I.P. e da Embaixada de Portugal em Roma, reúne uma série de trabalhos que põem em destaque o som, a matéria e a sua transformação, estabelecendo um profundo diálogo entre as duas artistas e o interesse comum pela objetualidade.
A relação entre som e matéria caracteriza há muito a produção artística de Andreia Santana: os materiais que a artista manipula, bem como as dimensões dos seus trabalhos, estão profundamente ligados ao ambiente da fábrica, onde o trabalho da mão de obra é marcado pelos sons repetitivos das máquinas que levam à criação de um objeto. Ao trabalhar o elo de ligação entre o movimento da escultura, da escrita e da condução musical, as mãos - retratadas pela artista na série Sonic Materialities - tornam-se o elemento tátil e tridimensional que reproduz tanto a fisicalidade do objeto quanto a leveza do som.
A obra de Dalila Gonçalves envolve um processo de descoberta de objetos e materiais em todas as suas vertentes, num desdobramento das suas histórias e funções. Ao recolher e reorganizar objetos e materiais do quotidiano alterados por processos industriais, naturais, cronológicos e atmosféricos, a artista enfatiza as suas singularidades através da experimentação contínua e, envolvendo-os num diálogo com outros elementos, cria novas narrativas documentais ou fictícias e surreais. Na série Atrapasonidos, Dalila Gonçalves, combina diferentes materiais reciclados como garras de animais com bolas de cristal, chifres esculpidos em forma de pássaros e peixes, lixas usadas e água, para criar instrumentos musicais insólitos, que transmitem a ideia do som, sem o produzir.
Em Aural Gesture, o intervalo criado pelo diálogo entre as artistas - tanto no espaço quanto no tempo - e a ausência de ação e musicalidade das obras cria uma atmosfera introspetiva, que envolve os corpos dos visitantes, suspendendo-os numa sensação percetiva ligada ao tato mais do que qualquer outro sentido.
A exposição fica patente até dia 31 de agosto de 2022.
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