Moçamedes - Projeto Olongombe - Exposição Coletiva Itinerante
Descrição
Seis consagrados artistas plásticos angolanos juntaram-se em torno de uma ideia, da qual resultou um projeto artístico a que deram o nome de Olongombe (manada de gado em umbundo), concretizado numa exposição coletiva e itinerante que reunirá obras de pintura, desenho, escultura e instalação, unidas pela temática comum em torno do “Gado”, numa homenagem aos povos pastoris do Sul de Angola, à qual o Camões - Centro Cultural Português em Luanda se associou, como parceiro.
A exposição estará patente em Moçâmedes, de 4 a 8 de agosto, na Feira Agro-Pecuária, no Lubango, na Feira do Gado, de 10 a 14 de agosto, seguindo depois para Benguela, para a Mediateca local, onde estará patente de 18 a 21 de agosto. Este projeto estará finalmente em Luanda, no Camões-Centro Cultural Português, de 1 a 23 de setembro.
Ao evocar as comunidades pastoris do Sul de Angola, de que os Kuvale são paradigma, Olongombe remete-nos para a obra do escritor, historiador, antropólogo e poeta angolano Ruy Duarte de Carvalho, a quem os seis artistas também pretendem prestar homenagem com este trabalho.
O projeto Olongombe desenvolve os trabalhos artísticos em torno do gado, figura central e riqueza maior dos povos Kuvale, tão bem descrito por Ruy Duarte de Carvalho na sua obra “Vou lá visitar pastores”, que transforma em poesia “memórias históricas, migrações, pastagens, solos, climas, percursos milenares, rumos traçados por gerações, há muito extintas, legados e destinos, num quotidiano animado pela urgência viril das transumâncias”.
Recorda a importância deste modo de exploração animal, fundado na mobilidade/circulação do gado. Um equilíbrio entre pastos, água, manada, força de trabalho e consumo. Toda uma economia a gravitar à volta do gado. Da paisagem ao consumo do leite. A carne do gado consumida de forma mais restritiva e complementar, nos casos de morte natural do gado, por doença, por acidente ou de abate ritual para cultos e sacrifícios. “Cada região, cada músculo, cada membrana, cada tripa e cada osso do boi tem nome, tem significado, tem destino e está ligado a alguma função ritual”.
Seis artistas de gerações diferentes, oriundos de lugares diferentes do país, com percursos artísticos, experiências e histórias de vida diferentes, embarcaram assim na aventura Olongombe reconstruindo caminhos perdidos da transumância.
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