Luanda: Uanhenga Xitu na Biblioteca do Camões – Centro Cultural Português

Descrição

O Camões – Centro Cultural Português em Luanda, no quadro do desígnio de promoção da leitura e divulgação de autores de língua portuguesa, criou, na sua biblioteca, um Núcleo de Leitura que revisita autores consagrados de língua portuguesa, através da leitura coletiva de extratos das respetivas obras e biografias.

Este Núcleo de Leitura, com momentos interativos, conta com a participação ativa de jovens, sobretudo estudantes universitários e pré-universitários, utentes da Biblioteca. Em dois dias de cada mês, a obra e a biografia do autor escolhido são revisitadas e analisadas.  

Na 22.ª edição do “Escritor do Mês na Biblioteca Camões”, a 25 de novembro de 2019, a partir das 10h00, será revisitada a obra de Uanhenga Xitu, já abordada numa 1.ª sessão, realizada no dia 4 de novembro de 2019.

Enfermeiro de profissão, Uanhenga Xitu, nome literário, em kimbundu, do ficcionista angolano Agostinho André Mendes de Carvalho, nasceu em Calomboloca (Icolo e Bengo), a 29 de agosto de 1924. Militante do MPLA, foi preso pela PIDE, em 1959, por atividades políticas que visavam a independência de Angola e, de 1962 a 1970, esteve preso no campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde.

Foi julgado e condenado a doze anos de prisão maior, pelo Tribunal Militar. Começou a escrever as suas histórias na prisão. Em liberdade, depois da independência de Angola, manteve a sua atividade política. Exerceu funções de Ministro da Saúde, Comissário Provincial de Luanda, Embaixador da República Popular de Angola na Polónia e deputado à Assembleia Nacional pelo MPLA.

Apesar da sua estreia literária só ter acontecido aos 50 anos de idade, é considerado um dos prosadores de vanguarda da literatura angolana e africana. Escritor de um quotidiano fugaz, imediato e fugidio, sem concessões de facilidade. No entanto, Uanhenga Xitu registou o contexto social onde se insere, com as contradições próprias de um povo invadido durante séculos por uma cultura alheia. Utiliza uma linguagem simples, espontânea e colorida.

Uanhenga Xitu faleceu em Luanda, Angola, a 13 de fevereiro de 2014, por motivos de doença.