Utilizador tipo é mulher, professora e reside em Portugal

O Centro Virtual Camões (CVC) foi renovado em Maio passado. Entre 15 de Julho e 15 de Setembro um inquérito em linha indagou a opinião dos seus utilizadores sobre as mudanças havidas. O inquérito permitiu ainda avaliar o contexto para a disponibilização de novos conteúdos e facilidades, bem como lançar alguma luz sobre o «perfil» dos utilizadores mais frequentes.

Mulher, com cerca de 30 anos, licenciada e professora, de nacionalidade portuguesa e residente em Portugal, tal é o «retrato-robô» do utilizador do Centro Virtual Camões (CVC), que resulta do inquérito em linha realizado entre 15 de Julho e 15 de Setembro deste ano no sítio do Instituto Camões.

Número 132   ·   19 de Novembro de 2008   ·   Suplemento do JL n.º 995, ano XXVIII

Nas 296 respostas válidas à questão das habilitações académicas (isto é, respostas enquadradas numa categoria identificável), 184 inquiridos declararam ter uma licenciatura ou equivalente, 10 o bacharelato, 34 o mestrado e 21 o doutoramento, ou seja, 84,12% tinham algum tipo de grau académico superior, revelador de um «elevadíssimo grau de escolarização».

Trata-se de um aspecto que, sublinha Rui Vaz, coordenador do CVC, está em «total consonância com o público-alvo» da plataforma: profissionais do ensino e da língua, interessados pelo Português como língua estrangeira. A distribuição profissional dos inquiridos confirma-o. Um total de 143 (em 337 respostas válidas) declararam ser Professores/Leitores de todos os graus de ensino (42,4%), seguidos por Técnicos superiores/Quadros qualificados (57), Estudantes (25), Tradutores (16), Funcionários Públicos (15), Técnicos administrativos/Pessoal de apoio (14), Artes (artistas plásticos, teatro, escritores, etc. - 12), Reformados/Aposentados (12), Juristas/Advogados (10).

Estas características culturais e profissionais estão de acordo com outros indicadores como a idade dos utilizadores, cuja média é de 40,01 anos (sendo a moda - o valor mais frequente - 30 anos, embora o intervalo de idades vá dos 15 aos 77 anos), e o seu sexo, predominante feminino (219 em 348 respostas válidas).

A elevada qualificação académica e profissional deixa adivinhar um perfil de «utilizador frequente» da Internet, que os resultados das respostas a algumas outras questões confirmam. «Não estamos a inquirir info-excluídos, por isso não espanta que quase 90% (89,15) dos respondentes afirmem que a consulta de jornais em linha é usual, frequente ou muito frequente», sublinha Rui Vaz. Não muito diferentes são os resultados da consulta sobre «bases de dados electrónicas, dicionários electrónicos e enciclopédias electrónicas». Mais de metade (55,46%) fá-lo Muito Frequentemente, 19,25% Frequentemente e 10,06 Usualmente.

As respostas relativas aos livros electrónicos (e-books) reforçam o perfil de utilizadores habituais da Internet. Um total de 71,59% dos respondentes diz ter «alguma experiência de livros electrónicos» e para a esmagadora maioria essa experiência decorre das suas ocupações «profissionais», em sentido amplo: 43,32% por razões de Estudo e 38,46% devido a Trabalho. Só 18,22% referem ter utilizado o livro electrónico para Lazer, «um número apreciável», no dizer do coordenador do CVC, «tendo em conta a inexistência de oferta de literatura contemporânea em Português em suporte digital».

Traduzindo os «muitos receios» que existem quanto à realização de compras em lojas em linha - «quase todos totalmente infundados», mas esperados em inquéritos sobre compras na Internet, segundo Rui Vaz -, só cerca de 37 por cento as fazem Usualmente (18,68%), Frequentemente (9,48%) ou Muito Frequentemente (8,81%). 26,72% Nunca as fazem.

Não admira assim que a Segurança seja o aspecto que quase dois terços mais valorizam numa loja de Internet, quando solicitados a graduar entre 1 (Mais importante) e 5 (Menos importante) várias questões. O inquérito permitiu concluir que, depois da Segurança, o Preço, as Garantias, a Variedade/Originalidade e a Rapidez de Entrega são, por esta ordem, os aspectos mais apreciados pelos inquiridos.

Se fosse uma loja física o 2º e 3º aspectos seriam os mais valorizados, afirma o coordenador do CVC. Por outro lado, se os inquiridos fossem compradores em linha frequentes «o critério Rapidez de Entrega seria muito mais valorizado», acrescenta Rui Vaz, lembrando que as «lojas em linha de excelência são caracterizadas por um desempenha notável nos prazos de entrega», caso da conhecida Amazon.

O inquérito dá por último o passo lógico de perguntar quais os produtos que os utilizadores gostariam que fossem vendidos no CVC (a partir de uma listagem que permitia mais de uma opção - 1019 respostas), mostrando escolhas diversificadas por parte dos inquiridos. A preferência, por margem não muito alargada, foi para os Cursos a Distância (21%), seguida pelos Livros impressos (18,55%), Livros electrónicos (18,06%), Filmes (14,62%), Audiolivros (12,56%), Discos (11,97%) e Outros (3,24%).

Para Rui Vaz, «se o curso é em linha, faz sentido que o pagamento seja também em linha». Já o equilíbrio entre livros impressos e digitais «evidencia um certo interesse» por estes últimos, no seu entender.

 

Inquérito CVC