Número 141 · 29 de Julho de 2009 · Suplemento do JL n.º 1013, ano XXIX
III Encontro de Teatro dos Leitorados
Os Quasilusos – Freiburg
Mais Um é o título da peça publicada em 2005 da autoria do jovem dramaturgo brasileiro de São Paulo Cássio Pires, já levada à cena no Brasil, que os Quasilusos de Freiburg, uma cidade universitária alemã de 200 mil habitantes, escolheram para produção do semestre e que trazem a Oeiras, mas de que irão apenas apresentar exercertos, uma vez que, refere a leitora Elisa Tavares, directora-geral da companhia, «só seis elementos do grupo se poderão deslocar a Lisboa», ou seja, metade das doze personagens do texto.
Número 141 · 29 de Julho de 2009 · Suplemento do JL n.º 1013, ano XXIX
III Encontro de Teatro dos Leitorados
Os Quasilusos – Freiburg
Mais Um é o título da peça publicada em 2005 da autoria do jovem dramaturgo brasileiro de São Paulo Cássio Pires, já levada à cena no Brasil, que os Quasilusos de Freiburg, uma cidade universitária alemã de 200 mil habitantes, escolheram para produção do semestre e que trazem a Oeiras, mas de que irão apenas apresentar exercertos, uma vez que, refere a leitora Elisa Tavares, directora-geral da companhia, «só seis elementos do grupo se poderão deslocar a Lisboa», ou seja, metade das doze personagens do texto.
A peça «não tem uma figura principal», refere a sinopse. São «pequenas histórias quotidianas mostrando um pouco da vida das diferentes personagens». «O cenário é o metro da cidade de São Paulo», quando se aproxima a hora de fecho. «A acção tem lugar nos vagões do metro, sendo que as falas das personagens se intercalam nos diferentes quadros. Há um produtor, uma estrela, um técnico, uma poetisa, um funcionário do metro, um vigia, mais um vigia, um senhor, uma senhora, um contraventor, uma cúmplice, um recepcionista, mais um recepcionista… e todas as pessoas que geralmente se deslocam de metro. Há sempre mais um…»
A encenação esteve a cargo de Giuseppe Conti, Maria Anna Richter e Vivian Rabay, a música é da responsabilidade de Filipe Dias, Marcelo de Figueiredo e Sara Dias, e as luzes e o som de Noureddine Tarda.
O grupo
O Quasilusos é um dos mais antigos grupos universitários de teatro dos leitorados do Instituto Camões, fundado em 1999/2000, após um seminário de literatura na Universidade de Freiburg, pela leitora Beatriz de Medeiros Silva, actualmente a leccionar na Universidade de Colónia. O nome de Quasilusos só surgiu em 2001.
No seu activo contam-se já 18 espectáculos, quase exclusivamente de autores lusófonos: Oswald de Andrade, Nélson Rodrigues, Gil Vicente, Martins Pena, Chico Buarque, Ruy Guerra, Carlos Wallenstein, Heitor Gomes Teixeira, Ariano Suassuna, Teolinda Gersão, Luís Fernando Veríssimo, Gianfrancesco Guarnieri, Pepetela, Laura Rodrigues, Almeida Garrett. Define-se pois como uma companhia luso-brasileira e o seu elenco não é unicamente constituído por estudantes de Português, nem apenas por alemães, como seria de esperar, integrando também na equipa elementos dos países lusófonos.
Tendo começado como «’simples’ aventura teatral», transformou-se numa «espécie de braço direito do leitorado, servindo de promotor cultural», diz Elisa Tavares. Apesar de apresentar teatro em língua portuguesa, «as peças dos Quasilusos são vistas não só por falantes de português, como também por pessoas que se interessam pela Cultura Lusófona», acrescenta. «Diria que um terço do nosso público não fala (ainda!) uma palavra de português».
Para ajudar à compreensão, o grupo produz um glossário e sinopses das cenas que são distribuídos nos dias das apresentações. «Também colocamos nesses programas os textos das músicas da peça, sempre cantadas ao vivo – outra das particularidades dos Quasilusos», refere Elisa Tavares.
«Quanto aos estudantes de Português que participam no grupo, para eles o teatro funciona como um laboratório de línguas, onde podem testar e aperfeiçoar os seus conhecimentos de maneira descontraída».