O Centro Virtual Camões (CVC) foi renovado em Maio passado. Entre 15 de Julho e 15 de Setembro um inquérito em linha indagou a opinião dos seus utilizadores sobre as mudanças havidas. O inquérito permitiu ainda avaliar o contexto para a disponibilização de novos conteúdos e facilidades, bem como lançar alguma luz sobre o «perfil» dos utilizadores mais frequentes.
O país de residência dos utilizadores inquiridos (347 respostas válidas) fornece algumas indicações importantes sobre a irradiação do CVC.
Número 132 · 19 de Novembro de 2008 · Suplemento do JL n.º 995, ano XXVIII
Um total de 56% por cento dos utilizadores, que se encontram espalhados por 45 países, está fora de Portugal. E destes, mais de um quarto no Brasil (51 utilizadores). Seguem-se Espanha (32), França (16) e Itália (11). Com um número de utilizadores significativo surgem depois Alemanha (8), Reino Unido (7), Argentina (7), Roménia (5), Senegal (4) e Uruguai (3).
Estes números parecem reflectir, grosso modo, o «mapa» dos estudos (superiores) de Língua e Cultura Portuguesa no mundo, quer por a rede de ensino ser importante quer por haver uma forte dinâmica interna, casos em especial da Argentina, Uruguai e Senegal, onde muitos milhares de pessoas estudam Português.
A surpresa (ou não tanto...) vem da escassez de utilizadores dos países ou regiões de língua oficial portuguesa, que não o Brasil: Moçambique (3), Angola (2), Cabo Verde (2), Guiné-Bissau (1), Macau (2), Timor-Leste (1). Goa, um caso à parte, também só apresenta um utilizador.
O reduzido número de acessos destes países e territórios é confirmado pelas estatísticas do sítio. «A baixa disponibilidade de computadores com acesso à internet não pode deixar de se fazer sentir», comenta Rui Vaz.
A nacionalidade dos utilizadores (36, a que há que somar 6 conjuntos de duplas nacionalidades) segue nas suas grandes linhas a dos seus países de residência, mas aqui o peso dos portugueses cresce (representam 52% do total).