Tecidos, vidro artístico, guarda-roupa de teatro, decoração de interiores, joias, cerâmica são os materiais em que se move o designer finlandês Markku Piri, (n. 1955), que apresenta em Lisboa, no Instituto Camões, entre 3 e 24 de abril de 2012, a exposição “O Espírito do Paraíso”, onde se podem apreciar as obras mais recentes do artista, com mais de 30 anos de carreira em design e desenho interartístico.
A exposição vai a meio de um périplo que começou em Madrid no final de 2011, passou por Barcelona, e, depois de Lisboa, será acolhida em Berlim e, mais tarde, em Washington.
A mostra oferece uma exibição representativa das obras atuais do artista, do seu mundo de design e de cor, como também das bases do seu trabalho artístico e das suas fontes de inspiração. Estão expostos os tecidos que criou nos últimos anos e objetos de vidro repletos de cor, cuja singularidade se prende com o trabalho sobre a variedade de combinações possíveis de cores e texturas. A título de exemplo, a exposição inclui o vestido de noite e respetivas joias, tudo desenhado para a cantora de ópera, Karita Mattila.
A obra de Markku Piri pretende capturar a beleza do mundo e a alegria de viver e, acima de tudo, trazer a estética para a vida quotidiana. Domina os grandes planos de desenho, mas é ao mesmo tempo um mestre de precisão no detalhe. Na sua linguagem de design coexistem as linhas generosas do tipo barroco e a simplicidade das linhas gráficas e geométricas.
O trabalho sobre a cor é outra das características fundamentais da sua obra. Ao longo do seu trajeto artístico de 30 anos, o artista usou uma grande variedade de diferentes tons de azul. Existe contudo um tom que sobressai dos demais:o ”azul Piri”, onde predomina o azul-cobalto.
A ligação entre a cor e a música também faz parte do trabalho de Markku Piri. Os inúmeros projetos relacionados com a música são o testemunho do seu amor pelo jazz e pela música clássica. As superfícies de cor, dinâmicas e flutuantes, de diversas tonalidades que caracterizam as suas pinturas, produtos e esboços recordam automaticamente a música a quem as contemple.
Segundo Jukka Oresto, coordenador de projetos da Escola Superior de Lahti, “É difícil compreender Markku Piri. Particularmente difícil é entender porque é que ele faz as coisas que faz. Porque é que tem o seu próprio tom de azul e porque é que tem que fazer tanto. Porque é que não se ficou pela sua zona de conforto e se limitou a trabalhar dentro da sua área de formação. O que é que a música, os bolos, as barbies, os jardins, a decoração de interiores e as casas rústicas têm a ver com a sua profissão. O que é que deveríamos saber para podermos avaliar aquilo que ele faz e o que é que deveríamos analisar nas suas obras.”